Mais de 8,3 milhões de hipotecas podem ser executadas até o final deste ano nos Estados Unidos, segundo estudo da firma First American CoreLogic, divulgado nesta quarta-feira (4). A First American CoreLogic disse que o número representa um aumento de 9% em relação às 7,63 milhões de hipotecas em perigo de execução registradas no final de setembro do ano passado. A execução de uma hipoteca ocorre quando um banco ou uma instituição financeira que concedeu o empréstimo para a compra assume o controle da propriedade devido à inadimplência. Como consequência da crise que gerou um declínio acentuado dos valores imobiliários em todo o país, o montante total das hipotecas em muitos casos é superior ao valor real dos imóveis. Os 8,3 milhões representam um quinto de todas as hipotecas no país e o número em risco pode aumentar caso continuem caindo os valores nos estados que conseguiram driblar um pouco a crise, diz o estudo. Segundo a First American CoreLogic, o valor das propriedades residenciais caiu de US$ 21,5 trilhões no final de 2007 a US$ 19,1 trilhões no final de 2008. O estudo, que incluiu 43 dos 50 Estados, além do Distrito de Columbia (onde fica a capital, Washington), informa que os mais afetados pela queda nos valores da propriedade foram Califórnia, Flórida e Nevada. Pedidos Ontem, a MBA (Associação de Bancos de Hipoteca, na sigla em inglês) informou que o indicador de solicitações de contratos de hipoteca nos EUA ficou em 649,7 pontos na semana passada, uma queda de 13% em relação ao indicador de uma semana antes, devido à alta nos juros nas hipotecas com taxas fixas. Os juros para contratos de 30 anos de hipoteca com taxas fixas ficaram, em média, em 5,14%, contra 5,07% uma semana antes. A média para contratos de 15 anos com taxas fixas também subiu, ficando em 4,73%, contra 4,71% na divulgação imediatamente anterior. Os pedidos de refinanciamento responderam por 66,9% dos pedidos registrados no período, segundo a associação --abaixo dos 69,7% de uma semana antes. Já os pedidos de hipotecas com taxas ajustáveis responderam por 2,3% do total, contra 1,9% na divulgação anterior --os juros dos contratos dessas hipotecas ficaram, em média, em 6,13%, mesma taxa referente à semana até o dia 20 de fevereiro. Prestações Ontem, o Citigroup anunciou que vai reduzir as prestações das hipotecas de mutuários que estejam desempregados para um valor médio de US$ 500 por mês por um período de três meses. O programa do banco para ajudar mutuários desempregados incluirá pessoas que estejam com pagamentos vencidos há 60 dias ou mais em suas hipotecas ou que já estejam em processo de despejo e que tenham condições de pagar o valor reduzido. Para se qualificarem para o programa, os clientes também têm de provar que estão desempregados e assinar um termo pelo qual se comprometerão a procurar emprego e a informar o banco quando encontrarem. O imóvel hipotecado tem de estar sob sua primeira hipoteca, financiada pelo CitiMortgage, e ser a residência do mutuário. O programa atenderá hipotecas no valor de até US$ 417.500. O Citi financia atualmente 1,4 milhão de hipotecas. Plano Também ontem o governo americano lançou o programa de ajuda para que mutuários com problemas nos pagamentos de suas hipotecas consigam refinanciamento da dívida e evitem o despejo. "É imperativo que continuemos a nos mover com rapidez para ajudar a tornar o mercado imobiliário mais acessível e ajudar a reverter a espiral danosa que afeta o setor", disse o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em um comunicado. O plano, anunciado no último dia 18, prevê a ajuda para reestruturar ou refinanciar as dívidas de 9 milhões de famílias, de modo a evitar novos despejos. O pacote para socorrer os mutuários americanos estava orçado inicialmente em US$ 50 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões), mas a proposta de Obama prevê um montante de US$ 75 bilhões para financiar entre 3 milhões e 4 milhões de "proprietários responsáveis" de modo a manterem seus imóveis. Fonte: Folha On Line |
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